Monday, September 25, 2006

Encontrei comigo no caminho

Tudo que eu precisava era de um lugar pra sentar, um lápis e um pedaço de papel. Sai da minha segunda aula do curso de roteiro com informações importantes sobre minha vida, na verdade quando a aula terminou não sabia se tinha assistido uma aula ou passado por uma seção de terapia. O nome do momento é CLIMAX, que significa "um ponto de onde não se tem mais volta". Estava sem carro e tive que ir de ônibus, a ida tudo bem, o problema era a volta. Além de não ter idéia de como fazer para voltar, o dinheiro que tinha somavam exatos dois reais, ou seja um ônibus e eu não podia errar. Resolvi ir andando (como se tivesse outra opção...) até alguma rua que conhecesse...o caminho me fez muito bem, fui degustando e digerindo toda essa minha semana, esses últimos meses, os dois últimos dias e esta última aula, o clímax perfeito... No início dessa caminhada forçada senti uma coisa muito boa, não sei se foi a brisa que passou, ou o clima que estava perfeito: liberdade. Livre pra escrever o que quiser na minha história. E segui, sem saber bem se estava no caminho certo, mas com a certeza de onde queria chegar... Fui inspirando e expirando a vida, e ouvindo tudo que ela tinha pra me contar. Deixei um recado no celular da Luciana, porque estes momentos tem que ser compartilhados. Até que encontrei uma rua conhecida: Oscar freire, longe das vitrines que vendem roupas mais caras que automóveis, a rua me pareceu muita mais rica deste outro lado. Uma casinha de tijolos aparentes com as janelas verdes de madeira, e uma primavera que floresceu todos os seus muros, "perfeita" pensei. Uma plaquinha "Aluga-se Kitchnet mobiliada, com geladeira" fiquei tentada a parar mas minhas penas e minha mente estavam empolgadas demais com aquele caminho, e seguiram em frente. Casinhas pequenas e antigas, pintadas de rosa, roxo, verde e branco, não podiam ser mais fofas. Tudo ao redor era lindo e muito possível. Mas o mal também estava lá, como toda boa história: uma boneca pendurada pelo pescoço em uma árvore na calçada, pichações sem sentido e mensagem em prédios comerciais, "Parabéns Princesa" de pessoas que não tem nada para serem parabenizadas porque lhes falta o mínimo que é o respeito pelo próximo... Deus eu vou me lembrar. Outro recado pra Luciana. Como é que eu nunca havia caminhado por São paulo assim? Metrópoles são estruturas muito ricas. Que vontadae de escrever, não podia me escquecer de nada. Um cara lindo, com uma cara de mistério, ficou me observando de uma janelinha branca de uma casa de tatuagens em cima de uma Igreja Assembléia de Deus. Uma feira vendendo um monte de idéias e produtos, tudo antigo, usado, novo pelo menos pra quem comprasse. Um mendigo sentado no muro de um cemitério, embaixo de um fio desencapado, pendurado no poste de luz. Um longo cemitério. Um homem dizendo para uma jovem " é... isso aqui é passageiro mesmo..." Crianças caminhando pela calçada "vamos entrar no cemitério?" Corpos, mentes, ideais, vidas, sonhos, histórias enterradas, pedras e dizeres que diminuem tudo que podia ser lembrado e aprendido àquela imagem e espaço igual a todos. E daí a passagem mudou. As vitrines caras começaram a aparecer, os cabelos impecáveis, os super carros, Uniclass, Iguatemi, e tive que desviar do porshe parado na calçada. Não me pareceu muito diferente, parecia que ainda estava olhando para o cemitério. Tudo enterrado e diminuido em objetos iguais. Tudo igual. Deus eu vou me lembrar. E quando peguei o ônibus, aquele que não podia errar, sentei naqueles bancos mais altos do fundo, senti que já estava preparada pra isso. Desci no meu destino e, o sangue havia esfriado, e meus pés doiam demais nas minhas lindas havainas roxas. Minha vida também doia demais dentro da minha bolha de classe alta. Atravessei a rua fora da faixa, caminhei por entre os carros na grande avenida, e sim, cheguei sã e salva. Salva principalmente, e muito certa disso. Fiquei feliz por ter exatamente 22 anos, porque esse número não é muito, nem pouco, mas ideal para este momento. E tudo isso tá muito gostoso, como todas as possibilidades que existem e as que ainda vão surgir. Quando me basta saber o que quero escrever.

Wednesday, September 20, 2006

O mais difícil de escrever

Chegou um momento em que não existe mais volta pra mim. Não posso mais retornar, procurar outro caminho, e sequer olhar pra trás. Estou em um caminho onde tenho que me aceitar, assim como sou, e não mais fugir de tudo que me dava tanto medo. A menininha em mim definitivamente não tem voz neste momento e a mulher tomou o seu lugar e não pretende sair tão cedo...até que resolva todos os pontos. Fica mais difícil de escrever, a menina tem muito mais ilusões, muito mais histórias criadas, enquanto a mulher, tem pontos de vista, valores e histórias reais. A menininha fugia dEle, bem como filhinha de papai mesmo. E agora a mulher, senta aos seus pés, para aprender e derramar o seu melhor. Não vem de nenhum outro lugar. Não tem nenhuma outra explicação e solução: Deus. E a menina ainda não tinha tido coragem de colocar o nome dEle nas suas linhas, agora mulher tem a obrigação e a honra de citá-lo em sua história. Porque ela não chegaria aqui sem Ele, porque ela não tem nada sem Ele, porque ela não existe sem Ele. Mas com Ele...com Ele ela está segura. Ela pode chorar. Ela pode gritar. Ela pode conquistar seus sonhos, e os da menininha também.
Deus
É uma palavra tão pequena, e representa alguém tão grande. Minha criatividade fica nada perto do seu poder, e eu nem consigo escrever um texto direito. Minhas historinhas ficam vazias, por mais que eu me esforce. Falar dEle, escrever sobre Ele...não dá pra descrever, não dá pra parafrasear. A única coisa que consigo é isto. Este momento de reverência e sinceridade, de que nada é meu sem Ele, de que nada é por acaso quando se está com Ele. E com o olhar dEle o resto acaba, some com qualquer outra coisa, seu olhar de Deus, seu olhar de fogo, seu olhar de Pai, que diz que a mulher em mim agora tem que dar uma volta com Ele...pra ouvir algumas coisas, pra aprender algumas coisas. E o medo se transforma em temor, daquilo que Ele vai me dizer, e do que vai fazer...se misturando com uma enorme expectativa e vontade, de mergulhar ainda mais fundo, de sentir ainda mais, e de reconhecer que andei errado, porque faço isso mesmo, e que quero saber mais dEle, e da história minha que Ele tem pra me contar.

Monday, September 18, 2006

Nada

Depois do fim de semana cheio de coisas tão boas, nada de você. Nem uma conversinha de esquina, um bate papo furado, uma frase qualquer pra manter o clima ou pelo menos a educação. Nada. Nada de nada. E eu continuei com as minhas loucuras, e você continuou nada. O que mudou neste cenário foi que meus devaneios não são mais solitários...eu te disse que ia mudar daqui mas você não deu atenção como sempre, não deu importância pra essa estranha que queria te matar, queria te agarrar, queria se entregar, queria ser sua amiga e depois não queria mais nada. Porque foi assim que aconteceu: nada. E a palavra não podia ser melhor - NADA - tão sem graça, tão sem significado, tão vazia, tão sem gosto, credo...Mas me valeu muitas risadas, muitas histórias pra contar, muitos sentimentos novos, muitos mistérios desvendados e outros novos pra descobrir. No fim me valeu muito mais que pra você, e eu ainda acho que a gente se cruza nessas palavras jogadas fora, que ninguém entende, só você e eu. Que saco que basta uma palavra sua pra eu querer mais de você, mas sem nenhuma pretensão intensa como no começo, apenas mais dessa sua pessoa, dessa sua história que eu fico imaginando e querendo misturar com a minha. Sabe assim uma pessoa conhecendo outra pessoa, uma história se identificando com outra história, só isso que eu queria, e mais nada.

Aqueles cílios enormes como os meus

Palavras e mais palavras, conversas e mais conversas, palmas, muitas palmas no final de cada pensamento. O Sorriso dela é lindo como o de mais ninguém, e seu olhos costumam acompanhar aquelas gargalhadas gostosas que eu já me acostumei a ouvir. Quando ela fala, não pede atenção, roubando a frase do chorão, é o melhor jeito de definir seus discursos. E o melhor de tudo é que ela não é perfeita. As vezes me sinto olhando no espelho, as vezes me sinto uma menininha perto daquela mulher incrível...ele sabe ouvir, e este texto está parecendo exatamente o que é: uma declaração de amor. Mas para aqueles que não entendem nada da linda vida vamos lá: Amor ágape = Pai pra filho; Amor Eros = Homem e Mulher; Amor Philos = Eu e ela. Amo mesmo, com todas as minhas forças, e não vejo a hora de começarem as discussões, as brigas, os vários choros, tudo aquilo que rola quando se encontra alguém tão parecido com você. E eu quero estar do lado dela, em cada momento, naqueles que ela ainda não compartilhou comigo, mas sei que estão lá, e naqueles que nem vão ser tão importantes assim, mas que vão render boas risadas!! Amizade é uma coisa muito deliciosa, daquelas que a gente come com a mão e depois lambe os dedos ao som de uma boa conversa, sincera e real. Aliás tudo parece mais real e mais possível, e sabe o que é melhor? Saber que o sentimento é recíproco, que não estou ficando louca nem nada, quer dizer, estamos ficando loucas juntas e de mãos dadas vamos pular e mergulhar cada vez mais fundo nessa descoberta linda! Te amo Rê!

Thursday, September 14, 2006

Você no lixo e eu em casa

Lá estava você de novo. Atrapalhando tudo, roubando meu momento e levando meu pensamento à você. No meu meio, MEU, eu ficava olhando, como uma idiota, pra ver se por um acaso da vida você, ou até mesmo alguém que me lembrasse você, iria entrar por aquela porta... mas não chegou ninguém, nem você. É claro. E olha lá eu pensando no seu olhar de estranho, seu olhar que eu não conheço e querendo correr dali com você, ou ao menos ficar te olhando atrás daquela lente...ficou essa imagem na minha cabeça, essa imagem linda de um estranho que só consegue me ver através de uma lente ou uma tela. Interessante e nocivo. Nocivo demais pois tirou minha atenção quando eu mais precisava dela, me roubou uma momento maravilhoso e um se jogar que eu fiquei só na beira. E essa imagem me parece tanto linda e sedutora quanto ilusória e consumidora, e é por isso que eu joguei ela no lixo nesta madrugada. Cheguei em casa e levei um tapa da vida, um tapa e um chute no estômago. Doeu pra caramba... Mas me fez trocar os ares do pulmão e respirar um momento novo. Me fez enxergar na escuridão da noite a menininha que fica me assutando, e nem precisei dar uma bronca nela porque a vida se encarregou disto também. Puxou os cabelos da menininha e colocou ela de castigo, e então pude ouvir da vida umas boas verdades. O papo durou até de manhã...e durante o banho a vida saiu de cena e Ele quem assumiu a palavra. Aí é que foi difícil mesmo de ouvir... Tudo aquilo que eu no fundo sabia, mas ia levando, porque afinal de contas, eu sou linda, e todos me amam e perdoam meus repetitivos erros. Só que Ele me mostrou o quão errado eu estava em agir assim, e que isso não podia continuar, porque por mais que eu soubesse, falava pra minha menininha "pode fazer isto agora, está na idade!!" e Ele me disse chega. Ele me disse que a menininha não pode mais me controlar, e que a mulher em mim já está bem grandinha e precisa de mais espaço na minha vida. Se não ela vai perder a vida que tem tanto lutado pra construir. Ele sempre sabe como dizer as coisas. Sabe o que me traz pra realidade e ainda tem o cuidado de mostrar que a minha realidade é tão linda de viver que não tenho motivo pra fugir dela. Porque essa é a verdade, andei fugindo, como sempre, fugindo pra dentro de mim, aceitando e me entregando ao meu egoísmo, mudando meu olhar para um sozinho. E tá louco!! Meu olhar nunca foi este!! E depois de ouvir muito eu falei: disse que não queria mais isso, não queria mais essa interrupção, esse magoar não convidado que bota tudo a perder. Disse que não queria mais essas atitudes repetitivas e que daqui pra frente vai se diferente. Que não vou mais me vender e vou lembrar de ser exemplo, não porque eu preciso mas porque eu quero. E sendo uma só, assim, quase ninguém, é que eu sou o que sou, é que sou diferente e posso fazer a diferença. O ordinário sempre me afligiu, sempre embrulhou meu estômago e me deixou sem dormir, eu odeio o ordinário e ainda assim cheguei tão pertinho de me relacionar com ele...que bosta. É por isso que eu digo que eu adora essas coisas da vida, porque só assim, na porrada, é que consigo entender e não apensa mudar de atitude mas transformar meus meios e fins.
E foi assim, que eu te joguei no lixo e consegui voltar correndo pra casa.

Tuesday, September 12, 2006

Minha missão

E daí eu passei por umas coisas que me fizeram gostar um pouco mais do mundo, um pouco mais de tudo. Li umas coisas que me mostraram que ainda existem perdidos por ai com o mesmo pensamento que eu, e olha só, eles não são hipócritas como todos ao redor. Podem falar de seus defeitos e suas vontades, sem medo de um julgamento social, e também se julgarem, eles não estão nem aí pra isso. Que delícia essa liberdade, essa vontade mais que humana de expresssão, de comunicação, de fazer saber pelo menos pra tela do computador que você está aí, e que sua vida não é a toa não!!! Que linda essa anscia que não te deixa ser sistematico, ser serial, ser igual e mais um!!! E que importantes essas lembranças que te recordam de suas dores e traumas que hoje se tornaram aliadas do seu talento...que linda toda essa história...todo esse sentimento causado entre pessoas que não se conhecem pessoalmente, mas que sentem tão bem suas palavras e seus sonhos. Que boa essa descoberta, esse desenvolver, e esse aprender, que só os anos, e a vontade desesperadora de ser, podem trazer. Que boas essas palavras...que boas essas letras, e o que são daqueles que não sabem fazer isso? Devem ficar tão fechados dentro de sentimentos que querem explodir pra fora em qualquer expressão que seja...daí os males do mundo...
E então descobri pessoas. Pessoas de verdade, boas, queridas, gostosas, e como fica fácil dizer eu te amo!!! E que vontade estúpida de que isso seja comum, de que todos se sintam assim, de que o amor seja mesmo o que nos liga...e por que será que é tão difícil de abrir mão? de entender? de ouvir calado? de compreender? de aprender???????? Por que será tão difícil? O que sei, e digo com o melhor sabor na minha boca, é que a vida é mesmo uma dádiva, e os que vivem, o fazem ao redor de mortos vivos. Quando a vida está a um toque de distância...

Monday, September 11, 2006

Meu chão

Eu que achei que tinham tirado meu chão. Que não havia mais porto seguro pra mim e que eu teria que caminhar sozinha. Sozinha mesmo. Eu que achei que não tinha mais jeito...que agora era comigo, e que só dependia de mim. Quando não podia mais contar com aqueles que me eram tão queridos e tão heróis, quando não podia mais confiar na palavra daqueles que tanto amava, quando não podia mais contar com o colo daqueles que quando criança me acolheram... Foi neste momento em que Ele me levou pra casa. E como foi bom sentar no chão sem os sapatos e ficar ouvindo o que Ele tinha pra me dizer...
Foi bom saber que meu chão não é mais areia. Bom saber que Ele não desistiu de mim e que minha casa estava lá o tempo todo, de portas abertas. Foi bom ouvir a sua voz, tão doce e sincera, tão cheia de lembranças e cheia de vida. Cheia de coisas das quais eu mal me lembrava. Foi bom recuperar o fôlego com todos aqueles corações tão vivos e felizes...simplismente porque estavam ali com Ele. É bom sentir toda essa vida, ter esse referêncial, e poder pisar no sofá de casa sem medo de ser cobrada depois...Ali sempre vai ser meu lugar...

Tuesday, September 05, 2006

Cheese burguer com solidão

Sabe aquelas pessoas que sempre sentam no fundo do resturante, naquela mesa quase atrás da cortina, naquele lugar bem no canto pra que a parede possa escorá-los? Não querem ser vistos e não querem ver ninguém. Não querem nada, só sentar e comer, sentar porque precisam estar presentes, sentar e assitir à aula. Só isso. E onde vão essas pessoas pra ficarem sozinhas? Eu fico pensando pra onde vão esses solitários tão interessantes, com suas caras de "me deixa em paz", e seus sorrisos de "por favor não me faça ser sociável!". Tão instrospectivos e tão cheios de um mistério vazio, com suas expressões de "Eu sou tão normal quanto você não me olhe demais por favor!"! Mas o que me intriga mesmo é este lugar...cheio destas pessoas, que parecem ter um esquema de revesamento para enchê-lo. Este lugarzinho pequeno e moderno, com um ar frio e superficial, nada de interessante, parece mais um cenário desativado, onde o pessoal da limpeza costuma almoçar pra se sentir bem... é pra lá que eles vão. Todos eles. Sem saber e sem se conhecer, eles não tem tempo pra isso, só querem sentar e comer. Mesmo que a comida seja ruim.

Monday, September 04, 2006

Há vida em meio a guerra

Falta cada vez mais vida. Falta cada vez mais verdade, motivo, ideal. Falta tudo. Falta essência. E assim as pessoas vão vivendo. Acreditando no que lhes é oferecido em uma bandeja cada vez mais bonita, com uma porcaria cada vez mais gostosa de engolir. Enquanto a festa rola, com pinguíns e anorexas, lá fora a guerra é cada vez mais sangrenta. Cada vez mais heróis são fuzilados nas matérias dos jornalões poderosos, as bíblias daqueles que não tem nada em que acreditar... E a guerra continua fazendo vítimas, mas e daí se o repórter ganhar sua história, o que importa, se quem vai sofrer suas consequências são crianças inocentes? "Dinheiro no bolso e vamos entrar na festa, que dessa guerra, minha medalha eu já ganhei. Saiu no jornal você não viu?"...
Falta motivo. Falta em que crer. Falta as pessoas jogarem suas máscaras e armas no chão e aprender que guerras sâo ganhas com o que tem no coração... É que coração vazio dá nisto: acreditar nas linhas vomitadas, e nas artimanhas manjadas de quem não tem onde descansar.
Mas aqueles que lutam...Áh...aqueles que lutam...Todos os dias, sem parar, resistindo até o sangue! Aqueles que acreditam. Aqueles que tem um Motivo, que tem uma História, que tem uma Verdade, que tem uma Essência! Ainda há aqueles que tem AQUELE, que muita gente procura sem saber... ainda há... e são estes. Estes que você coloca no paredão para serem mortos, estes que você chuta a porta da casa pra roubar a esperança dos olhos, porque a sua você perdeu a tanto tempo. Estes que mantém o som da guerra com seus gritos de inconformismo, gritos de conquistadores, gritos de vitória certa! São estes que você quer calar a voz, porque a sua você nem se lembra mais do timbre... São estes que se ajoelham e clamam, pela sua vida, pela sua família, pra você saia dessa festa barata e acabada, e venha lutar com eles! Com estes...que o mundo não é digno de ter, com estes que tem transtornado o mundo e chegaram também aqui...Estes, as suas palavrinhas não podem descrever, não podem caracterizar, não podem nada. Porque estes...não são daqui, e você não é capaz de pautar isto. Para estes, se deve admiração, se deve amor, e muito mais amor, mas isto é demais pra você enteder...
E estes estão sempre crescendo... Aqueles que saem da festa, que entram na guerra com toda sua força, aqueles que aprendem com estes...é sobre estes que você devia reportar, é sobre esta troca de AMOR que você devia escrever, sobre esta ALIANÇA, que o mundo não suporta, sobre esta FIDELIDADE que você não conhece, sobre este POVO que você devia pesquisar... e é sobre este RENASCER, que acontece a cada dia nessa guerra, que você devia publicar. Porque ele vai continuar acontecendo, queira você ou não.

THE END

Ela não aguentava mais. Ele não existia fora da tela do computador. Era tentador demais para ser verdade, e bom demais pra durar o suficiente....
A menina sabia que aquela brincadeira boba ia ter que dar em alguma coisa. Ficou triste, como tantas outras vezes, porque o menino entendeu tudo errado... ele achou que ela ainda era uma menininha, e por isso não queria mais brincar com ela. Entendeu tudo errado. A menina, numa tentativa desesperada de fazê-lo entender, fez um presente a ele. Algo que o faria lembrar daquilo tudo, não dela, mas daquela história, e de tudo que ela poderia ter representado na vida dele. E ela fez o melhor que pode. Quando entregou o presente, o menino sorriu e a olhou com um olhar que ela não reconheceu... não reconheceu aqueles olhos, não reconheceu aquele sorriso, não reconheceu aquele momento. Ela sorriu de volta, como quem sorri para um estranho, e foi pra casa. Caminhando sozinha. Pensando que aquele presente, daqui a pouco, estaria perdido. Aquela história, daqui a pouco, estaria esquecida. Ela, daqui a pouco, estaria se mudando dali. E tudo o que restara dos dois, foi aquele último olhar. Vazio e sem fim. Sem significado algum. Como tantas coisas tristes da vida...