Tuesday, August 26, 2008

A história dele

Soube que era seu. Aconteceu como tinha de ser. Olhou com a certeza de quem adquire algo com seu nome próprio.Não sorriu porque a responsabilidade daquele momento era algo novo e estranho, não lhe cabia sorrir. Também não chorou, segurou dentro da pele a intenção de menino de se esparramar naquela hora. Abraçou com força, com amor, mas não sorriu, esperou até o último minuto por isso. Como suportava, ninguém sabia. O que tinha em sua mente, ninguém entendia e ninguém podia saber mesmo porque essas coisas de herói só se ouve contar, não dá pra saber antes de acontecer. Mas soube que era seu logo no início. E caminhou na vida como se ninguém soubesse. E olhares se voltavam á ele, aguardando o que seria, ou se não seria mesmo nada. Ele sabia. Atrás da farta barba ficava o sorriso guardado, pronto para a hora certa. Servo fiél.

Geração o quê?

Eles andavam de um lado pro outro, assim mesmo como numa frase clichê. Viviam e viviam, e apenas sobreviviam. Falavam, cantavam, contavam que amavam e nada. Nada de verdade. Eles sabiam o que era o nada. Sabiam o silêncio nas gritarias de suas baladas. Eles corriam pra dar certo, num ritmo ensaiado, louco e nojento de quem só sabe a mesma coisa sempre. Sem saber nunca coisa nenhuma. Clichê. Sempre clichê. Geração de quê?

Tudo que eu puder.

O que eu posso prometer é tudo que eu puder.

O que eu posso dizer que farei é tudo que eu puder.

E se for de outro jeito, que o fim seja agora, porque eu vou ser tudo que eu puder.

E se não tiver jeito, se for impossível, se for terrível...tudo que eu puder.

O que eu devo é tudo que eu puder.

O que eu mereço é tudo que eu puder.

E se eu não puder...ainda assim serei tudo que eu puder.

Mas e se ao redor as vozes gritarem que não, se pisarem nos meus sonhos ou pior, e se eu mesma dentro de mim me sufocar?

Então mais do que nunca, tudo que eu puder.

Monday, August 04, 2008

Humana.

Ela sabia de muitas coisas. Mais do que as pessoas geralmente sabiam. E olhavam pra ela e viam uma menina inteligente, não sabiam que na verdade era uma mulher sábia. Ficava em silência na maioria das vezes. Esperava o tempo dizer...ela era só humana. Ouvia com o coração, entendia com a mente aberta, sofria a realidade como ninguém podia imaginar. Ás vezes pensava que tudo só existia na cabeça dela...ficava mais fácil de levar. Mas ela sabia...Sabia como é o mundo, como são as pessoas, e sofria sozinha, sua cabeça doía de tanto amor oprimido, de tanta vida presa, de tanta história mentirosa. Não existia nada que detestasse mais do que a mentira. Era sua pior inimiga, e caminhava com ela, lado a lado. Ela era só humana. Mas calma menina, isso tá tudo na sua cabecinha! Só ela sabia e sua cabeça doía.

Psiu...

É sempre difícil começar. É sempre essa mistura de tanta coisa querendo ser vomitada no papel, mas alguém sempre tem que ser o primeiro, um pé atrás do outro, como tudo na vida. Continuar também não é fácil não, mas o que é então? E se tudo fosse, que graça teria a conquista? ih to filosofando barato...bem barato. É que faz tanto tempo que os personagens não saem da minha cartola que tá todo mundo tímido, escondidinho, quieto, esperando quem vai ser o primeiro. Sabe aquela ansiedade de criança, que tá louca pra pular na piscina, mas só vai depois que o amiguinho vai primeiro? O bom é dar esse primeiro pulo, ser pioneiro, até nas coisas mais simples. Mas nesse mundo de sistemas viciados é TÃO difícil ... e aquela sensação boa de conquista fica tímida, ás vezes fica presa, ás vezes fica triste, porque deveria ser mais fácil, no plano inicial tudo era mais fácil. Como será? Como será que seria se tudo aqui da cabeça fosse possível de uma só vez? Se a gente pudesse colocar em prática nossos sonhos mais brincalhões, mais impossíveis, nossos sonhos mais brilhantes... E como seria de o mundo fosse um amontoado de sonhos, voando por aí porque afinal de contas eles seriam livres. E se o mundo fosse povoado de gente feliz que caisse de dar risada do sonho do outro que ia estar ali, na frente de todo mundo, pra todo mundo ver. E se a vida fosse simples assim.