Sunday, May 11, 2014

Ânsia

Dedico este texto à Espera.

Vivi tanto tempo com ela que nem sei como viver agora que ela se foi. 
Ela me acompanhou em todos os momentos importantes da minha vida. Apontava o dedo na minha cara.
Me fazia perder a fome. 
As vezes me obrigava a ficar em casa. 
Ela me dizia que meus sonhos eram demais pra mim. 
Não era boa. Era má. 
Nem acredito que ela se foi... 
Sempre achei que teria que levá-la comigo pra sempre e de repente, depois de tanta briga e reflexão, a ansiedade se foi.
Fiquei aqui.
Pensando em como ela me fez sofrer. 
E também como me fez mais forte por ter que supera-la a cada desafio, por menor que fosse. 
Ela quase me fez adoecer.
Me fazia misturar vontades, desejos, sonhos e planos, me empurrava e ao mesmo tempo me dizia que não era suficiente, era uma guerra sem fim. Dentro de mim.
Mas se foi... 
E é uma surpresa planejar a vida sem ela. Enxergar um futuro... Sem ela. 

Estou em processo de adaptação. 
Sem pressão.


Thursday, May 01, 2014

Uma história

Hoje eu chorei por você.
Lembrei de você no meu sofá fazendo seu cigarro e chorei.
Chorei essa despedida que eu venho adiando e que me pegou pelos braços me obrigando a abrir os olhos e aceitar. Todo mundo tem um limite... 

Hoje eu chorei de saudades. 
Lembrei da mesa de bar, o whisky e as conversas sobre a vida, a sociedade e sobre qualquer coisa, chorei.
Chorei nossas diferenças que eu tentei transpor mas que riram da minha cara e me obrigaram a concordar.
Ninguém é perfeito pra ninguém...

Hoje eu chorei de amor por você.
Lembrei quanto demonstrei, senti, expressei, tantas vezes inesquecíveis e aquele beijo, e aquele contato, e chorei. Muito.
Chorei a morte desse amor e minha impotência. Há de ser que somos mesmo todos iguais e então não faz diferença a sua ou a outra presença. 
Todo mundo tem uma história. 
Ou muitas.