Sunday, November 27, 2011

Ouse se envolver

Tem que ter coragem.
Compartilhar é uma entrega, uma maneira de se comunicar com o mundo, com as pessoas, deixando um pouquinho de você para os outros.
Tem que ter muito para repartir.
Não pode ter medo de ficar sem.
E tem que entender que para ter mais, tem que dar espaço, tem que se abrir.
Acho que foi isso que meu pai fez a vida toda. Compartilhava suas historias, compartilhava seu carinho, seu amor, suas conquistas. Nunca foi egoísta nas coisas importantes.
E hoje entendo que importante mesmo é compartilhar.
Nem que seja por alguns segundos.
Nem que seja com desconhecidos.
Nem que confundam sua intenção.
Nem que seja traído.

Entregar-se, relacionar-se, envolver-se.

Mas você não tem nada a ver com isso!

E as pessoas se afastam cada vez mais umas das outras.

Se afastam de experiências novas, de feridas novas também, mas se afastam da aventura, do improvável, do aprendizado e do crescimento. Porque alguém já disse que insanidade é esperar resultados diferentes fazendo a mesma coisa.

E dai se doer? E dai se você sofrer?

Nós agüentamos mais do que imaginamos, e o resultado de superar uma dor é um aprendizado impagável e a criação de possibilidades para viver improbabilidades.

E tentem convencer a filha do baiano aventureiro a levar uma vida segura sem dores, amores e loucuras...

Friday, November 11, 2011

Dor

Nunca imaginei ser possível suportar essas coisas. Nunca pensei sentir um buraco tão enorme, um espaço gigante dentro de mim cheio de nada... Porque é isso que a dor faz. Tira algo de você. Tira uma pureza que temos quando somos crianças. Tira aquele brilho no olhar ingênuo e tão sincero, certo de que qualquer coisa pode acontecer. Tira a esperança e descobrimos que alem do papai noel muitas outras coisas lindas não existem. A simplicidade infantil é destruída por uma realidade cruel.
E eu gostaria de voltar a ser criança e ser assim pra sempre.
Dor. Essa dor me aperta o estômago e eu tenho vergonha de Deus... Porque ele me ensinou a ter fé, me ensinou que não existia impossível. E veja como estou... Vazia. Feito o homem que afundou enquanto caminhava sobre as águas. Feito a mulher que enterrou seu filho. Sem entender e sem acreditar. Sem esperança porque a realidade me sufoca, me consome, e eu luto com o que tenho para acreditar que tudo ainda pode mudar e que eu posso sim viver os meus sonhos.
Ele me ensinava isso com a sua vida...
Mas como eu posso enxergar agora?
Eu oro para que algo me surpreenda e para que eu enxergue em alguma coisa algo que me devolva a esperança e algo que me ensine a ter fé.
Fé de um jeito que eu nunca tive. Fé de verdade. Eu ainda me recuso a acreditar na realidade e já não tenho idade para acreditar em ilusões, as experiências acabaram com os meus contos e hoje estou a procura de verdades.
Não quero mentiras que eu invento e nem as que me cotam, eu quero verdade. Eu quero saber o que é fé e como se vive por ela.
Eu clamo com o meu espirito e alma por um milagre, o milagre da fé.