Thursday, September 30, 2010

Direções

Esse lugar não tem nome. Não tem placa de indicação, não tem nem posto para perguntar!
É uma cidade com luzes de descobertas. Ruas de possibilidades. Curvas sensuais. Sinais de um futuro feliz, e lá, o comércio vive de criatividade.
Nas escolas ensinam primeiro o lado direito do cérebro. Nos cinemas rodam sonhos anônimos. Nos parques o ar está contaminado com gás do riso.
Lá é assim mesmo, as pessoas andam felizes á toa, uma coisa estranha sabe?
Claro que existe! Mas não tem mapa pra chegar... o que posso passar são algumas instruções básicas: você segue o rastro dos sentimentos e o cheiro da alegria. Quando chegar numa encruzilhada feche os olhos e saia correndo para qualquer lugar. Depois vire onde der na telha e preste muita atenção, porque é nesse ponto que você pode se perder. Você vai se sentir um pouco bobo e infantil, então pare. Acenda o farol o mais alto possível, a ponto de te cegar completamente para todas as formalidades sociais, siga adiante sem pisar no freio. Quando chegar numa ladeira, abra os vidros, solte o freio e sinta o vento nos cabelos...
Quando chegar num lugar íngrime, pise o pé no acelerador e segure firme no volante, depois disso volta o equilíbrio da estrada reta. Sem fim.
Você vai saber que chegou.

Sunday, September 26, 2010

Engano seu

Engana-se quem pensa que eu escrevo o que vivo. Funciona ao contrário: Eu vivo o que escrevo.

Pode vasculhar nas minhas linhas bagunçadas, com erros gramaticais e acentos que esqueço. Pode procurar na minha falta de técnica para escrever, fique á vontade, buscando rastros do que eu escondo atrás da minha maquiagem diária e minhas roupas bonitas. Vamos lá, procure por tudo! Já disse... funciona ao contrário. Misturo histórias que escuto, histórios que imagino, coisas que minha mente não se cansa de criar.
E qualquer semelhança com a vida real, é pura lei da atração.

Trilogia + 1 final triste

Primeiro dia
Tudo comecou há alguns anos. Se cruzavam nos corredores, e ás vezes num papo com conhecidos em comum. Nada mais de alguns segundos juntos e olhares de relance que raramente se viam. Ela estava começando tudo e ele no meio de mais uma de suas tantas histórias. Passa o tempo. Alguns emails com uma intimidade estranha, sem precedentes. De repente um medo de ele querer conhece-la melhor, mas ela estava começando tudo...
Fugiu e pronto.
Se ela soubesse que nesta época ele estava sozinho e, se ele soubesse que o namorado dela iria deixa-la alguns meses a frente... Ainda nao era tempo. Foi depois de alguns anos de histórias dele e outros anos de tentativas dela que se encontraram de novo. Com a mesma intimidade estranha. Só que desta vez uma vontade de conhecer mais, de saber mais, de ouvir mais.
Ela queria mais dele e ele deve ter aceitado como bom representante da classe masculina.
Ela não sabia bem o que fazer, estava muito nervosa, coisas de boa moça sabe? E foi quando ele olhou nos olhos dela e tocou seu cabelo que a intimidade deixou de ser estranha.
Tudo fez sentido. Nada era certo. E ela aprendeu uma palavra nova: Maktub.

Segundo dia
Demorou. Ele sumiu. Ela não entendeu nada, mas já que não tinha entendido desde o começo, pensou que aquilo que sentiu devia ter ficado dentro do quarto, e ele trancou a porta no final da noite. Deve ter sido isso.
Ela ficou triste, se sentiu mal e lembrou que não acreditava mesmo em conto de fadas, como podia ter caido nessa?
Ele apareceu.
Ela insistiu em ve-lo, esperou horas, porque sempre foi inconformada e tinha que provar de alguma forma que aquela noite não tinha sido em vão.
Ele chegou, ela estava esperando. Foi um beijo. E tudo estava provado.
Era real.
Ela teve vontade de chorar, mas não disse isso a ele. Queria chorar por não poder ficar ali pra sempre, sentir aquilo pra sempre e ser dele pra sempre. Na saida teve medo de que ele sumisse de novo. Mas ela ia pagar pra ver.

Terceiro dia
Ela não ia escrever. Mas talvez por dever algo para aquela história escreveu. Tudo que pensava. Ela queria ser capaz de dizer tudo na cara dele: dizer que tinha coragem sim de viver aquela história, que toparia sim tudo que aquilo implicava, que queria sim ser toda dele.
Mas não ia dizer. Não era papel dela. Ela era dessas bem mulherzinhas nessa hora. Cada um na sua e cada um no seu papel. A decisão não era dela.
E foi se acostumando com a ideia de que nunca ia espera-lo chegar em casa, nunca ia tomar sol ao lado dele na areia, nunca iriam viajar sem rumo juntos...nunca iam.
Ela também nunca imaginou que ia se acostumar com alguma coisa, já que era inconformada eternamente. Mas por ele se acostumou.
Já que essa era a única maneira de ter um pouquinho dele e ser um pouquinho dele. Se acostumou com a raridade dos momentos juntos, mas pensava sempre em quanto tempo aquele sentimento viveria sem oxigênio...

Morte
Foi saindo dela com cada lágrima derramada...com cada grito de dor, porque toda morte é dolorida, para quem vai e para quem fica. Seu estômago achou que não podia viver sem ele.
Dor de abstinência.
Já que ele era seu vício, a única coisa fora do lugar da sua vidinha de princesa. Por isso teve que tomar medidas drásticas e mata-lo. Aos poucos, lágrima por lágrima, tentando afastar da mente suas lembranças imbecis.
A morte e uma coisa muito triste.
O que fica é apenas uma massa, uma carne sem sentido... Sem vida. Igualzinho ao sentimento dela por ele...
Sem sentido, uma coisa e mais nada, triste...
Morto.

Louca de forma sensata

Nossa história merecia mais capítulos. Nossas noites mereciam mais voltas nos ponteiros do relógio. Eu digeri essa história mas queria ingeri-la de novo feito cachorro louco que volta ao vomito. Porque a gente é assim mesmo: bicho. Animal.
Instintivamente carnal, e a razão só atrapalha nosso impeto de satisfazer nossas vontades.
Estou louca sim. Alterada. Porém controlada por esse objetivo e essa missão que me marcam mais do que as tatuagens que faço. Meu corpo te quer loucamente, minhas curvas querem se envolver nas suas mãos e minha cabeça ferve com a distância da sua pele da minha. Estou cada vez mais... Louca. Consientemente alterada. Insana.
E você á quilometros de distância para se aproveitar disso. Porque a vida é assim mesmo. Nos aproveitamos dos momentos uns dos outros, com as nossas histórias bem contadas, com nossas interpretações ensaiadas... Funciona assim quase sempre... Mas as vezes algo sai errado.
A luz que estava baixa, o áudio era confuso e alguém disse a fala no momento errado: eu te amo. Totalmente fora do roteiro. Histórias promiscuas não têm essa fala... O que aconteceu com a loucura? Com a carne com sede de vontade? Com as invenções de emoções? O que aconteceu? Com as mentirinhas gostosas faladas ao ouvido, com os gemidos deliciosos de puro prazer? Sem razão alguma... QUEM ENVOLVEU O AMOR NESSA PUTARIA??? Pra mim esse história ficou intrigante, insinuante, perigosíssima... E deliciosa de contar.
Estou louca e consiente como nunca... Quer experimentar?

Paradoxo

Eu leio dois livros ao mesmo tempo: "Casa Gucci" e "Vivendo a História por Hilary Clinton". Eu tenho amigos homens com quem converso por horas e não rola nenhuma tensao sexual, porque gosto de me relacionar com outros seres humanos sejam machos ou fêmeas. Tenho trabalhado igual a um camelo debaixo de sol e sem reserva de água, mas meu deserto é cheio de festas das mil e uma noites. As pessoas me sugam a energia e nem ligam se estão me esgotando, mas alguém sempre vai me fazer chorar de emoção e me mostrar que todo o esforço vale a pena. Eu me sinto muito sozinha... Mas posso contar com uma equipe/família a toda hora. Poucos sabem da minha história e eu tenho fãs que me mandam mensagens de carinho. Estou muito cansada e penso várias vezes em desistir, mas tem uma porta e uma luz que me lembram de continuar. As vezes tenho muita saudades dele... E vem uma paz me dizer que cada coisa tem seu tempo. As vezes quero ser outra pessoa, mas sempre agradeço a Deus por ser apenas eu. Eu malho como se minha vida dependesse daquilo, e tomo uma garrafa de vinho pra dormir relaxada. Eu adoro regras, processos e tudo certinho, e amo que a vida seja esse infinito de possibilidades desconhecidas. Muito prazer eu sou quem eu quiser.

Minha amiga Raiva

Eu tenho falado muito com ela. Nos conhecemos melhor quando você nos apresentou, se não fosse você jamais teria conhecido essa amiga que me tem feito companhia nesses últimos tempos. Ela já acorda comigo, pois já aprendeu minhas rotinas. Fica um pouco enciumada quando minhas outras amigas me visitam: a alegria e a serenidade. Quando a paz aparece então! Nem se fala! Minha nova amiga fica louca! Da logo um jeito de chegar em mim de novo, e você sempre é quem a trás para o meu lado. Quando você sorri pra mim nos corredores, minha amiga ri da minha cara. Quando você dá notícias tarde da noite, ela me acorda para zuar comigo. Quando você me liga e eu não atendo, ela me faz olhar seu número na tela do celular 20 vezes. Quando eu ligo e você não atende, ela fica me falando coisas insanas. Quando você fala meu nome e eu te ignoro, ela me lembra o quanto eu te amo. Eu odeio essa minha amiga raiva porque ela nâo desgruda de você e eu que queria tanto, não posso te ter nem um pouquinho.
Raiva estupida.

Saturday, September 04, 2010

Tempo para comprar

Eu queria tempo para te aproveitar.
Será que tem em algum lugar para comprar?
Tipo uma prateleira gigante com diferentes marcas e tipos de tempo em embalagens recicláveis... Já que o tempo mesmo, não tem como usar de novo...
Podia ter tempo com muita qualidade, numa embalagem bem pequena, porque as melhores fragâncias vem nos menores frascos. Podia ter tempo em atacado, grandes quantidades para levar nas férias e usar bastante!
Podia ter uma prateleira mais escondida com uma seção para maiores de 18 anos, e uma diversidade de tempos deliciosos...
Tempo para usar no sol, na praia não dã pra ir sem estar protegido com esse tempo.
Tempo para ser assistido naqueles dias de frio embaixo do edredon.
Tempo para levar na academia e tomar antes de malhar, esse vem em cápsulas...
Tempo para dizer o que sente.
Tempo para fazer o que quer.
Tempo para viver você.
Você trabalha tanto, deve poder comprar tempo...

PAZ

Que paz é essa que me invade em momentos onde eu deveria surtar?
Não, não é hora de relaxar! Vamos lá! Grite! Enlouqueça! Chore até seus olhos fecharem de vez... Meu estômago dói, e a comida insiste em não fazer seu caminho até ele sem ser incentivada.
E essa paz... Essa paz está me deixando louca!
Como assim? E se não der certo? E se eu perder aquilo que me e mais precioso...
Você sabe o que está em jogo? E ela insiste em me invadir... Insiste em relaxar meu corpo e minha mente. Calada. Certa. Suave. Serena... Essa paz que eu não entendo, mas me visita sempre em decisães de que minha vida depende.
Acho que paz e isso mesmo.
Incompreensível....