Tuesday, January 28, 2014

Reconhecimento

Te olho e me reconheço.
Te reconheço mesmo estranho.
E esse sentimento familiar.
Reconheço seu olhar.
Me vejo. Me enxergo.
Te conheço.
E essa mistura de dois.
Te escuto e desafio. Discordo.
Esse inferno que é você.
Longe de mim.
Reconheço seus sonhos.
Conheço essas respostas.
Te olho e queria esse olhar só pra mim.
E essa vontade que não cabe agora.
Te reconheço de longe.
Seu olhar longe.
Me afasto.
Sentimento estranho.
Me olha, me escuta.
Reconhece o mesmo.
Não. Preste atenção.
Tudo muda coração...






Sunday, January 26, 2014

Existe sim

A gente não existe pra ser triste.
Mas a gente insiste.

Em criar situações que nos exijam esforço de dor. 
Para entender.
Para analisar.
Para prever o que vai acontecer ou o que o outro está pensando.
Para saber o futuro, sem viver bem o presente.
Para ocupar a mente pois ficar em paz é muito assustador.

E a gente fica triste.
Sofre.

Porque busca um não sei o que,
Em algum lugar,
Com um não sei quem, que nos é tão importante encontrar!

A gente não existe pra ser triste.
Mas a gente existe.

Felicidade é ter coragem.
De ficar em paz.
De expressar o que sente simples.
De analisar não o outro mas a si próprio, para ser melhor.
Coragem de se respeitar.

E se a felicidade viver sozinha?
E se for um prêmio aos que arriscam esperar em silêncio?

Pra que tanta gente estranha?
Pra que tanta conversa rala?

E se a gente criar poesias ao invés de dor?
Se ao invés de entender, viver?
Ao invés de analisar e prever, a gente pode perguntar... e tratar o outro com amor e respeito, como a gente quer ser tratado.

E se ao invés de procurar aí fora a gente prestar atenção no nosso mundo pessoal...? 
Em quem a gente quer por perto todo dia.
Nos nossos sonhos e planos para o futuro, que estamos plantando hoje.

E se a gente não se fizesse de vítima da ansiedade, da pressa, da intensidade que parece tão sedutora e apaixonante, e fossemos apenas seres que existem... Sem vitimismo, mas com autonomia plena.
Em sua própria história.
Do seu próprio jeito e tempo.
Na simplicidade da existência.
Feliz. Na prática. 

Monday, January 06, 2014

Quero falar sobre isso

Queria saber o que aconteceu que a gente ficou assim.
Onde será que tudo se perdeu?
E por que é tão complicado falar de amor?
Quando foi que as pessoas perderam a fé?
Quando foi que deixaram de se entregar?
Em que momento a ideia de que viver sozinho se tornou mais valorosa do que a simplicidade de viver junto?
O que nos deixou com tanto medo?
Quem escreveu os livros que nos ensinaram que os conceitos de individualidade e liberdade são opostos ao amor de dois, ao compromisso com um outro, por amor? 
Que tamanho tem essa dor que justifica de forma inteligente que o amor, simples, entre duas pessoas, não é bom?
Onde é que se forma esse medo soberano, poderoso, quase glorioso, que emudece o sentimento mais puro que o ser humano é capaz de sentir...? 

Quem pode negar o amor? 
Quem dele pode fugir?

Me mostrem uma justificativa que me faça sentir o mesmo que sinto quando amo, e terão minha concordância.
Me apresentem alguma coisa, qualquer coisa. Uma emoção qualquer que mexa com tudo que há em mim, que me transforme, que me faça evoluir para um estado que eu não conhecia, que me ligue a outra pessoa de um jeito que ninguém é capaz de expressar em palavras... Alguém me apresente qualquer emoção que seja inexplicável como o amor. 
E vou entender... 
O motivo dessa descrença.

Do contrário,

É ainda o amor, o sentimento mais íntimo, puro, espiritual e com poderes de cura que qualquer um de nós pode experimentar na vida.
E viver um possível amor é apostar nessa existência que não é ilusória.
É verdade. 

O amor existe. 

A gente aceitando ou não.
Explicando ou não.
Tendo experimentado ou não.
O Amor é real e está a disposição de todos.

Essa é a única verdade em que acredito.

O resto, é desenrolar de corações feridos.