Circo

Que ausência se a presença é ilusória?

De que reclama mulher? 

Se é tão claro que a freqüência dos sentimentos são iguais a freqüência do circo. 

Existe. Magia. Ilusões. Risadas e alegrias. Se vai. 

E o que fica é apenas um grande espaço vazio, com a terra batida, que foi solo de um grande espetáculo.

Sim amor... 

E eu sou como os palhaços que se vestem, alegram, satisfazem e depois se despojam do seu publico, do figurino, de seu palco, de suas luzes e de sua tenda.

Caminham nas ruas desconhecidos. 

Como eu pra você meu amor... Como uma estranha e nada além.

Por que reclama de minha ausência se o que faço é cuidar desse circo com o melhor que posso?

Que presença exige no meio desse espetáculo de ilusões efêmeras?

Nada aqui existe mulher, não seja louca! A ausência é o nosso negocio! Não seria um circo se tivesse raízes.

Sim... 

Sou como cigano, carrego apenas minha pele e meu tabaco.

O resto não preciso, dou um jeito. 

E não me julgue por não ter coração ou não amar de verdade. Amo mais que a mim mesmo, por isso abandono, para não sofrer esse sentimento destrutivo que é o amor. Não cabe em mim. Vivo sozinho. 

Alegro diferentes públicos com meus espetáculos.

E Minha ausência te faz companhia.

Amor, o que tua ausência me faz é nada além de me inspirar a escrever. Pois já conheço seu circo e você conhece meus dramas, não sobrou nada entre nós a ser desvendado além daquilo que jamais saberemos um do outro.

Que viva

Que meu silêncio te diga tudo que não quero dizer.
Que com a minha ausência você entenda o tanto que minha presença te falta.
Que com a minha morte você perceba a força da minha existência em você.
Que aprenda. Que se mova. Que se arrisque. Que não seja tão correto e nem tão inconseqüente.
Que minhas palavras te lembrem meu olhar, meu toque e nossa história.
Que chore por mim. Porque me tirou o direito de escolha quando conquistou meu coração.
Que você se lembre que não me teve, não me tem e não me terá. Porque lhe falta inspiração pessoal.
Que tenha consciência de que eu te amo, mas é só. Porque preciso de mim, ja que não tenho sua coragem.
Equilíbrio.
Que aprenda. Que viva. Que sofra. Que ame.
Que com a distancia do meu sentimento enxergue o poder de uma história sem fim.

Inspiração

Escrevo porque a urgência da minha alma pede que eu coloque em algum lugar todas essas emoções descontroladas dentro de mim. Sim. Descontroladas. E nas palavras tento botar alguma ordem para que elas vejam que aqui não é bagunça!
Escrevo o que sinto, o que quero viver, o que vivi, o que ouvi. E as interpretações das minhas palavras são possibilidades infinitas. Cada par de olhos que passa por aqui é uma interpretação e inspiração.
Como eu na vida das pessoas. Minha missão.

Novo de novo

Eu não consigo ficar quieta.
Minhas emoções ficam selvagens e indomáveis para acontecer.
Acontecem em palavras. Cada vez mais pra mim do que para outros.
É o egoísmo que fui obrigada a aprender. Mesmo sem deixar de amar tanto, à tantos...
Amo sem medidas. Me entrego sem reservas. Mas se ja passei por isso, por que de novo?
Porque nunca é o mesmo, é de novo, de algo novo, de jeito novo, de tudo novo.
Comigo sempre é novo.
Pois a vida é minha amiga e a gente se entende.
Se entende brincando e falando serio, e nessa parceria a gente dá certo.
Isso também é novo: minha parceria é com a vida.
Mas tem tanta coisa pra se resolver... As emoções gritam comigo!
E mando elas acalmarem. Não se calam, pois isso é impossível, mas se acalmam, pois aprenderam com a vida que existe tempo para o show.
E esse tempo, esse cara indeterminado, tem caminhando com a gente, to tentando ser amiga dele também.
Esse é o próximo passo: aprender o novo tempo, de novo.