Saturday, March 23, 2013

Circo


Que ausência se a presença é ilusória?
De que reclama mulher? 
Se é tão claro que a freqüência dos sentimentos são iguais a freqüência do circo. 
Existe. Magia. Ilusões. Risadas e alegrias. Se vai. 
E o que fica é apenas um grande espaço vazio, com a terra batida, que foi solo de um grande espetáculo.

Sim amor... 
E eu sou como os palhaços que se vestem, alegram, satisfazem e depois se despojam do seu publico, do figurino, de seu palco, de suas luzes e de sua tenda.
Caminham nas ruas desconhecidos. 
Como eu pra você meu amor... Como uma estranha e nada além.

Por que reclama de minha ausência se o que faço é cuidar desse circo com o melhor que posso?
Que presença exige no meio desse espetáculo de ilusões efêmeras?
Nada aqui existe mulher, não seja louca! A ausência é o nosso negocio! Não seria um circo se tivesse raízes.
Sim... 
Sou como cigano, carrego apenas minha pele e meu tabaco.
O resto não preciso, dou um jeito. 
E não me julgue por não ter coração ou não amar de verdade. Amo mais que a mim mesmo, por isso abandono, para não sofrer esse sentimento destrutivo que é o amor. Não cabe em mim. Vivo sozinho. 
Alegro diferentes públicos com meus espetáculos.
E Minha ausência te faz companhia.

Amor, o que tua ausência me faz é nada além de me inspirar a escrever. Pois já conheço seu circo e você conhece meus dramas, não sobrou nada entre nós a ser desvendado além daquilo que jamais saberemos um do outro.


No comments: