Sunday, July 23, 2006

College Cab - Histórias de um taxi Universitário

Uma Quinta-Feira de maio, 21h24, final da primeira aula, e eu já precisava ir embora, voltar ao trabalho para uma reunião sabe-se lá de que...
Tinha que chegar ás 22h e não tinha idéia de que ônibus pegar para ir da faculdade até a bendita reunião. Depois de muito relutar, aceitei a sugestão de meus amigos, que me colocaram num Táxi na porta da Faculdade.
Não estava acreditando que iria gastar dinheiro só para ir a uma reunião aparentemente desnecessária! Mas como não tinha escolha o Táxi era o meio mais rápido e seguro.
Ainda digerindo o assunto da grana, olhava o Santana branco por dentro. Tinha aqueles cachorrinhos que mexem a cabeça com o balançar do carro atrás do volante... Lembrei do filme “O Colecionador de ossos”, onde um serial Killer escolhia suas vítimas disfarçado de taxista...
Olhei para os olhos do motorista através do retrovisor, olhos de um senhor de idade atrás das lentes de uns óculos fora de moda, cabelo grisalhos, e um leve sorriso que parecia estar fixo em seu rosto, e que dizia que ele não devia ser um serial Killer...! Seu semblante sereno e calmo fez com que eu puxasse conversa com ele: Perguntei em quais pontos trabalhava além da faculdade, e como se tivesse dado play em um filme comecei a ouvir uma história incrível sobre aquele simples taxista.

Aos 53 anos, casado com uma advogada a 30, com 2 filhos, um formado em engenharia civil pelo Mackenzie, e outro em medicina pela Paulista de Medicina, Sr. José, ou Jô, como é conhecido pelos alunos da Anhembi-Morumbi, fala cinco línguas, morou 2 anos na França, 9 no Líbano, onde teve seu pai morto vítima de uma Guerra, já foi comerciante, e hoje, conta com um largo sorriso que se sente realizado levando Universitários como passageiros.
Jô, diz que vez ou outra seu Táxi se transforma em um confessionário para jovens que não tem muita liberdade de conversar algumas coisas com os pais. Drogas, sexo, insegurança, primeiro emprego, Jô fala de tudo. E seus destinos às Sextas-Feiras são sempre as baladas de São Paulo. Sempre citando seu ofício como uma missão, Jô afirma que as palavras são o que nos aproximam das pessoas, e com elas podemos construir ou destruir. No caso dele, constrói muitas amizades, e se mantém jovem conversando com a galera.
Essa é a história do taxista Jô. Um personagem que fez, faz, e vai fazer parte da experiência Universitária de muita gente... E com certeza minha corrida valeu cada centavo!!

1 comment:

Anonymous said...

Your site is on top of my favourites - Great work I like it.
»