Com inúmeros motivos, numa condição de fragilidade emocional, numa semana que pareceu um mês inteiro, eu tentei sofrer e não consegui.
Queria chorar até dormir.
Ouvir músicas tristes e mergulhar em melancolia.
Queria me sentir vítima, culpar o mundo, a vida, uma pessoa ou outra.
Eu estava muito afim de sofrer a angústia por receber uma cobrança infundada, queria ficar irritada com a ligação absurda dizendo coisas sem fundamento e pretensiosas, queria me desesperar com a falta de tempo e compreensão.
Queria sentir a dor da solidão.
Fiz de tudo pra sofrer por ter esgotado meu corpo num momento em que tenho que poupa-lo.
Achei que quando o telefone tocou diversas vezes no meio do exame de ultra-som eu iria ter uma crise de ansiedade e então poderia sofrer tudo que fiquei querendo sofrer na semana.
Reclamar um pouco sabe?
Da vida?
Mas me encontrei incapaz...
Completamente incompetente para o sofrimento, a tristeza, o desespero e a reclamação.
E tentei encontrar alguma coisa que explicasse porque raios não consegui desmoronar quando além de ter ótimos motivos pra isso, eu queria sofrer!
Foi a sua presença.
O pouquinho de cuidado e atenção que me deu.
É a sua existência que me deixa tranquila e que me faz incapaz de sofrer.
Porque desde o dia que te conheci, sempre soube que era ali que morava a felicidade.
E mesmo sem tê-la comigo o tempo todo, sei que ela existe, já vivi com ela, e me tornei incompetente na função de sofrer.
Obrigada por me fazer uma pessoa feliz.
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