Tuesday, October 17, 2006

Sim, eu vou continuar

Como é que eu equilíbrio e organizo tudo isso aqui dentro? E por que será que está tudo tão difícil? Por mais desafiante e por mais instigante, me deparo com este quadro novo, estranho, grandioso e não sei o que sinto, porque o medo já não me assusta mais. Olho com grande expectativa para minhas decisões, atitudes e desenrolares. Como será que vai ser? O que será que vai ser? Essas músicas tocam na minha cabeça e me inspiram a procurar, vasculhar e explorar meu futuro e minhas palavras. Será que eu tinha mesmo que passar por este momento? O que ele significa se não um amontoado de dores e uma gastrite nervosa? O que é que vou ter que fazer pra não perder, pra não ter que decidir pelo deixar você... Como é que eu faço pra isso não te afetar, não mudar seus olhos de sonhos tão lindos, como é que eu faço isso?
Tenho tanto ainda. Não, não conseguiram me esgotar. Não acabaram com a minha história porque eu posso escrever a qualquer hora, e fica cada vez melhor, mais complexo e mais simples. Cada vez mais lindo como essa música. Eu cansei de baladinhas manjadas, atitudes previsíveis e desse meu tempo. Já saquei, já posso mudar, o próximo por favor! E agora, o que eu faço com esse papel em branco e essas canetas na minha mão? Por favor, me deixa fazer o que eu quiser, o que eu sentir! Me deixa, que esse quadro delicioso, colorido, cheio de formas redondas e quadradas, cheio de palavras lindas e pesadas, sentimentos e sorrisos, olhares e lágrimas, pessoas muitas e poucas, flores, exóticos e muitas músicas, esse é o quadro. Lindo. Me deixa pintar esse quadro até o fim. Eu sei que estou toda suja com essa tinta, melecada até o cabelo com azul, amarelo, rosa e preto, e que também tá tudo bagunçado com jornais jogados e baldes abertos, mas quando eu terminar, pode tirar uma foto minha nesse cenário e daí sim, o quadro vai estar pronto.
Pessoas são tão importantes. Pessoas certas, nos lugares certos. É tão difícil deixar tudo certo, e eu penso que aquela história daquele você no corredor, só funciona mesmo na TV. É tão errado pra esse agora e você tinha estampado isso na cara, eu era errada pra você como você é errado pra mim agora. Nada. Não tem nada na mesa ao lado pra você menina! Se liga! Está tudo aí, na sua mesa, quer fazer o favor de aproveitar?! Um olharzinho e uma piscadinha de “eu to aqui ta?” mostram que realmente: Pessoas são importantes.
Só não posso deixar minha palavra morrer. Ela sou eu, e isso eu descobri a tão pouco tempo que ainda estou lendo o manual, por isso releve as falhas todas, por favor.
E daí? Como é que eu equilibro tudo isso? Não to pedindo uma resposta não, só quero que continue lendo, me deixe continuar pintar, me escute quando eu falar bem baixinho e dê risada quando eu gritar. Só peço que saiba ler meu olhar, que naturalmente diz que quero aprender, quero ser, e quero escrever muito ainda. Claro, com você do meu lado, quem mais? É você sempre. E se eu te deixar é pra te buscar depois com uma mochila cheia de presentes.
E minha decisão? Ela já foi tomada...há tanto tempo...se foi difícil? Ele nunca disse que não seria. E tudo bem, eu sabia, e cada vez que reafirmo este caminho minha vida faz sentido, é só aí que ela tem sentido. Pois essa gastrite não vai me deixar esquecer das atitudes, mas se ela pensa que vou odiá-la, vou amá-la por me empurrar com tanta força pra esses passos largos e firmes no caminho desenhado nessa folha antes branca, tão possível, tão limpa, tão pura, simples. Tudo que eu quero. Tudo que eu sonho. Tudo que eu posso fazer. E eu vou continuar a escrever, mesmo sem saber.

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