Fui verdadeira.
Em tudo.
No que te encantou e nas minhas sujeiras.
No que acredito e no que posso mudar de idéia.
E no que não posso mudar de idéia, senão não vivo.
Fui verdadeira no que me aconteceu.
E sobre você.
Sobre as minhas dores camufladas, expostas pela bebida.
Minhas idéias e sonhos, possibilidades.
Tudo verdade.
Minha dependência.
E minha liberdade. Também minha solidão.
Te mostrei minhas verdades mais intimas.
Mas também as conto a um estranho.
Ninguém pode me saber por inteiro. Nunca.
Mas a você dei minha arte. E meus pecados.
Meus arrependimentos. E minhas expressões de prazer.
Curei dores com a sua presença, e evolui com a sua
ausência.
O que me conforta é que fui verdadeira.
Em tudo.
E se você não me quis. Não me quis, sendo essa sua verdade.
Que assim seja.
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