Sunday, June 22, 2014

Sobre Malévola

Ele conquistou  o coração dela.
Mesmo tendo sido pego fazendo algo errado. Ela teve compaixão.

O que ele roubou dela não foi só a força física que precisava para viver, mas sua fé. No amor.
Por ganância.

Acontece que ela era mulher. E mesmo sem um pedaço de si própria encontrou um jeito de se levantar.

E também por ser mulher, e estar ferida, deu um jeito de saber de tudo sobre a vida dele.
Para alimentar seu ódio e sua dor, se não a gente esquece…Ela só tinha a dor para se relacionar.
Ou pelo menos era só isso que conseguia enxergar.

A raiva maior não foi de ser trocada, mas ter sido enganada, de uma maneira tão cruel.
A força que o ódio pode gerar é impressionante. E uma mulher é capaz de produzir beleza no mal.
São os nossos mistérios.

A vingança é uma demonstração de dor. Uma dor muito grande.
É a busca pela resposta: Por que? Por que você me causou tanta dor?
É a vontade que o outro sinta a mesma dor que você.
Afinal, se existe o amor verdadeiro…ela vai acordar.

A dor não passou.
E ela se vingou.
Foi chamada de bruxa.
Mas um coração puro nunca pode ser corrompido por completo.

Então a vida lhe deu um amigo companheiro. Que enxergava além do mal que havia nela.

E sim… é possível se arrepender. Tentar consertar. E as vezes não conseguir…
E ainda numa última gota de fé, acreditar que as coisas podem acontecer.
Que o amor verdadeiro pode existir!
Mas mesmo com toda aquela mágica…
Ninguém pode amar alguém de verdade em tão pouco tempo, sem conhecer ou conviver.
O amor leva tempo.

Foi quando já não cabia em dor, já não existia mais coração para ser machucado e não lhe restava mais nada, que a vida lhe mostrou o verdadeiro amor.

Lhe devolveu a força física e sua real identidade.
E assim como havia carregado aquele amor nos pés numa brincadeira carinhosa, carregou o mesmo homem e toda aquela dor, com a força que essa história tinha lhe dado e disse:
Acabou.


E foi ser feliz. Completa.



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