Monday, January 29, 2007

Real assim

Eu chorei todas as dores da vida e vomitei tudo que tava me enchendo o saco. Eu dancei sem coreografia, tirei as sandálias e joguei pro alto. Eu dancei até na chuva, porque a água que caia do céu lavou a minha alma do meu tédio do universo. Eu dei os melhores beijos e eles não tinham fim, porque era aquela boca que eu queria beijar pra sempre, pra todo mundo ver. Esqueci um pouco de tentar ser sempre perfeita e parei de pensar pra ver o que minha mente tinha mesmo vontade de fazer. Fiquei feliz com confirmações de que algumas coisas estavam mesmo no lugar certo e, por mais que eu duvidasse, meu amor não era fachada. Não senti falta de ninguém porque tinha todo mundo comigo, ou ali na pista ou dentro de mim. E por mais superficial que aquilo pudesse ser, não tinha nada de superficial ali, tinha tudo de intensidade. Esqueci que o mundo é todo igual, que tem gente que morre de medo de tirar a máscara em público. Que existem pessoas produzids em série e que na superfície dessa história o povo fica patinando na lama que todo mundo atola. Eu esqueci mesmo porque tava tudo muito bom. Sabe curtir seus amigos o máximo que o fôlego der? Sabe beijar seu amor sem mundo ao redor? Sabe dançar com os pés descalços sem medo de ser você na sua pele? Foi assim, eu na minha pele, e cada um na sua cruzando os olhares de compreensão e cumplicidade. Foi isso e pronto, real assim.

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